Educação Afectiva

"O raciocínio e o ensino não são (...), creio eu, igualmente fortes em todos os homens; é necessário cultivar primeiramente, através dos hábitos, a alma do auditor, de modo a fazê-lo amar ou detestar aquilo que deve ser, tal como fazemos com uma terra na qual queremos fazer frutificar a semente" (Aristóteles in Ética a Nicómaco, X, 1179b).

Não quero minimizar a pertinência da actualidade sobre o tema da educação, mas já que tenho a oportunidade, deixava a complexidade de lado e tocava apenas na simplicidade.

Quero deixar-vos esta mensagem simples: aprende mais quem mais afectivamente é envolvido. Temos dois conceitos que na minha modesta opinião são os pilares da educação, por um lado a presença de afectos na educação, por outro a descoberta e envolvimento de quem aprende.

Faça o exercício: traga à memória as disciplinas que mais gostou e em que mais aprendeu. Não estão ligadas a professores que lhe conquistaram os afectos, que o envolveram na descoberta de aprender? Certamente que sim.

Sejam quais forem, as directrizes governamentais, o importante é termos todos a consciência que nos diferentes papéis que exercemos na comunidade fazemos parte da educação de crianças e jovens e como tal devemos envolver-nos com a responsabilidade e os afectos de quem semeia e com a consciência de que não queremos facilitar e sim desafiar os sentidos de quem aprende.

Criando adultos críticos, dinâmicos, criativos, atentos e cívicos.

Telma Guerreiro - Eleita pelo PS na Assembleia Municipal

(Este texto foi publicado na "Folha da Assembleia" do mês de Dezembro, com o titulo "Educação Afectiva")