O PS Odemira foi uma das organizações que divulgou a iniciativa de protesto que decorreu esta quinta-feira em Lisboa, em frente à Assembleia da República, contra a prospeção de petróleo no Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, e que juntou vozes oriundas de diversos pontos do país, especialmente do Alentejo e do Algarve, mas também de diferentes nacionalidades. Divulgados e partilhados novos testemunhos sobre a manifestação pacífica, voltamos a destacar esta importante ação contra a prospeção de um furo petrolífero no mar, na bacia do Alentejo, ao largo de Aljezur, e que foi convocada pela associação "Algarve Surf & Marine Activities" (ASMAA). Enquanto se desenvolvia a ação de protesto em frente à Assembleia da República, decorria uma audição na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas dos subscritores da petição que reuniu cerca de 42 mil assinaturas contra o furo do consórcio ENI/GALP, e que contou também com as presenças dos presidentes das câmaras municipais de Odemira, José Alberto Guerreiro e de Aljezur, José Manuel Amarelinho. Desta audição de mais de duas horas, resultou o compromisso dos Parlamentares presentes, de tudo fazerem para recolha de mais dados e respostas sobre o processo junto do Governo, e logo que possível, promover a sua discussão em plenário da Assembleia da República. Após esta audição o Presidente da Câmara Municipal de Odemira reuniu com uma delegação de deputados do Grupo Parlamentar do PS a fim de vincar a posição de preocupação, e contestação da Câmara Municipal de Odemira e das gentes locais relativamente a esta matéria, apelando às necessárias diligências de todos para se cancelar o furo autorizado ao largo de Aljezur, à semelhança da decisão já tomada para restantes prospecções no Algarve, contestando ainda a forma como todo o processo foi conduzido, reiterando a necessária alteração da legislação em vigor, que claramente não está em alinhamento com as políticas europeias de Avaliação de Impactes e de proteção e valorização de recursos naturais. Em declarações à Rádio Renascença, José Alberto Guerreiro, afirmou que "não faz qualquer sentido" aceitar a exploração de petróleo na Costa Sudoeste, "ainda por cima, de frente para um parque natural, com regimes de proteção tão exigentes para as populações, sendo esta uma zona costeira envolvida em valores ambientais únicos a nível europeu com espécies protegidas por diretivas comunitárias", havendo providências cautelares à espera de decisão, pelo que espera que os tribunais travem a exploração de petróleo no Sudoeste. O PS Odemira acompanha e partilha da mesma preocupação e posição assumidas localmente contra estas prospecções. Recorde-se que a 5 de janeiro deste ano, os Eleitos do PS na Câmara Municipal de Odemira apresentaram uma Declaração Política sobre as concessões para a Prospeção e Exploração de Hidrocarbonetos no Algarve e Alentejo, que alerta para um investimento altamente lesivo do interesse local e regional, não encontrando razões para se avançar com a prospeção ou exploração de hidrocarbonetos em Portugal ou no Algarve e Alentejo, o que está em contraciclo com as políticas europeias. A Declaração Política defende ainda, em alternativa, uma aposta forte no aproveitamento de recursos naturais como o sol, visto como o fator mais competitivo da região, seja no que representa para o Turismo, como pelo potencial que pode representar para as energias renováveis, na produção de electricidade. Aguarda-se com confiança que o Governo possa rever e esclarecer este dossiê, e reverter o sentido do processo que se encontra em curso. Vídeo publicado a 24/02/207 por GVProduction: "Uma mensagem para a Assembleia da República" (23 Fevereiro 2007) https://www.youtube.com/watch?v=xR3LNldSfBk&feature=share |